Cinema Clássico X Cinema Moderno

Cinema Clássico


Segundo Wilson Cunha nos primeiros anos o cinema americano se concentrava em Nova York, porém, como o clima era muito rigoroso os cineastas procuraram buscar um lugar com o clima mais quente, criando-se então Hollywood, o maior centro de produção cinematográfica do mundo.

O cinema clássico tinha por objetivo o entretenimento de massas. Segundo Adriano Medeiros da Rocha tinham por características:

  • Histórias lineares e com final feliz.
  • A ilusão de que no cinema só havia espaço para magia, encantamento e felicidade.
  • Construíam um desvio da chata realidade habitual para um mundo de emoção, fantasia e suspense.
  • A narrativa era contínua e crescente, com início, meio e fim.
  • Podia-se observar a apresentação do herói numa situação difícil e a resolução deste problema no final do filme (isso continua até hoje).
  • Os filmes deveriam passar a idéia de realidade (modelo ilusionista), para isso sons e imagens eram gravados em estúdio.
  • Os filmes possuíam ação continua

Os americanos investiram muito dinheiro e esforço para o aperfeiçoamento técnico como, por exemplo, a criação do cinema falado e colorido.

Havia ainda duas estruturas que o cinema utilizava: o star system, que era quando os atores e atrizes interpretavam sempre o mesmo personagem (bonzinho, vilão, comediante…). E o studio system que era basicamente a maximização dos lucros, a subordinação de todos os profissionais, repetição de estilo, etc.

Podemos citar como exemplo de cinema clássico o filme Don Juan, de 1926, dirigido por Alan Crosland e baseado em poema de Lord Byron.

“Don Juan é um charmoso jovem que aprendeu com o pai todos os segredos da arte da sedução. Em meio a diversas aventuras amorosas e duelos de espada com maridos enfurecidos, Don Juan conhece a bela Adriana Della Varnese, a única jovem da região que parece não ceder aos seus encantos. Decidido a conquistar a garota, o galã terá de enfrentar uma poderosa tirana local.”¹

No filme observa-se a emoção, felicidade e até mesmo suspense enquanto Don Juan participa de duelos com os maridos de suas aventuras amorosas.  Além disso pode-se notar claramente a narrativa e a ação continua.

Com as Guerras Mundiais este modelo foi seriamente abalado. Foi então que dois movimentos culturais se destacaram: O Neo-realismo italiano e a Nouvelle Vague francesa.

O Alicerce do Cinema Moderno


Neo-realismo italiano

Foi um dos primeiros a se afirmar como cinema nacional. Era o contrário do cinema clássico americano, eles procuravam retratar a vida real, mostrando a realidade do povo italiano após a Segunda Guerra Mundial. Os cineastas passam a filmar nas ruas, e os atores passam a ser pessoas comuns, humildes. Além disso, o orçamento era pequeno e as montagens eram simples.

O Neo-realismo tinha uma visão crítica, defendendo as liberdades civis e denunciando as injustiças sociais.

Nouvelle Vague francesa

Um dos marcos iniciais deste movimento foi o Festival de Cannes, em 1959, foi quando grandes cineastas começaram a se consagrar. A teoria autoral do filme nasce aqui.

Aqui, utilizasse o excesso proposital de zoom.  A câmera sai do tripé e o diretor passa a utilizar mais o plano-sequência, o numero de cortes são diminuídos.  Ou seja, o cinema se torna mais espontâneo, além disso, os personagens se tornam mais humanos, tendo assim tanto qualidades quanto imperfeições.

Cinema Moderno


O cinema moderno começou ainda no período entre guerras, quando se iniciou os primeiros movimentos culturais. Com o sucesso desses movimentos as produtoras passaram a se interessar por esta arte cultural.

Segundo Adriano Medeiros de Rocha poderiamos caracterizar o cinema moderno como o momento onde alguns cineastas pertencentes a movimentos como Nouvelle Vague francesa e Neo-realismo italiano, estabelecem uma diferente relação com o cinema de mercado.

Metz diz que definir cinema moderno não é nada simples:

“Espetáculo e não-espetáculo, teatro e não teatro, cinema improvisado e cinema premeditado, desdramatização e dramatização, realismo fundamental e artifício, cinema de cineasta e cinema de roteirista, cinema do plano e cinema da sequência, cinema de prosa e cinema de poesia, câmera perceptível e câmera apagada: nenhuma destas oposições nos parece capaz de fazer aparecer a especificação do cinema moderno.”

Para alguns autores o cinema moderno se caracteriza principalmente:

  • Pela saída dos estúdios.
  • Elevação do nível da realidade.
  • A narrativa torna-se não linear.
  • Passam a existir tempos mortos.
  • O uso de temáticas do cotidiano.

O cinema vem renovado, e passa a adotar características e estilos usados nos movimentos pós-guerra.

Pode-se citar como exemplo de cinema moderno o filme Oito e Meio de Federico Fellini.

“Um famoso cineasta entra em crise criativa justamente quando está iniciando a filmagem de uma nova produção. Incapaz de se comunicar com os outros se refugia em lembranças do passado ou delírios de sua imaginação.” ²

No filme pode-se observar a estância das águas, o abuso do movimento de zoom, a total falta de áudio em uma cena, entre outras características adquiridas no cinema cultural.

É dessa tradição que nasceu o cinema que vemos hoje nas telonas. Vale a pena destacar que a partir desse avanço no cinema outros países também passaram a produzir filmes.

Créditos:

¹ Wikipédia

²  Uol Cinema

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